quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O ano que passou realmente o que não faltou filmes ruins e como o preço do ingresso está muito caro temos mesmo é que passar à limpo e detonar as bombas que explodiram nas telas!


Quanto menos filmes exibidos fica mais difícil relacionar os piores de 2007 na capital. Mas quando se trata de Nicholas Cage até que a missão se torna menos árdua de cumprir. Cage protagonizou dois dos piores filmes do ano – O Motoqueiro fantasma, mais uma adaptação de um personagem de revistas em quadrinhos e ainda O Vidente. O primeiro ainda se salva por alguns bons efeitos especiais, mas no segundo realmente nada escapa. Nesse Cage interpreta um mágico que descobre ter o dom de prever alguns minutos no futuro. Em ambos os filmes ele está mais canastrão que nunca. E pensar que Cage até já ganhou um Oscar de melhor ator por Despedida em Las Vegas. Daqui a pouco ele será lembrado apenas como o sobrinho de Francis Ford Coppola!

Felizmente o Motoqueiro Fantasma não está sozinho na lista das mais fracas adaptações de personagens dos quadrinhos para o cinema. Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado não fica muito atrás nos quesitos roteiro fraco e bons efeitos especiais. Itens que não suficientes para salvar um filme. Ainda sob a batuta do mesmo diretor do primeiro filme, Tim Story, pouca coisa (perdão pelo trocadilho) escapa. Vale a pena pelo Surfista Prateado que merecia aparecer mais. Quem sabe no próximo filme eles encontrem um vilão melhor que Dr. Destino que nos dois filmes não disse a que veio. Uma pena


Nem Tony Shalhoub, o Monk do seriado homônimo salva este pseudo filme de terror e suspense baseado numa história de Stephen King - 1408, dirigido por Mikael Håfström. O filme conta ainda com John Cusack, que há muito tempo está devendo uma boa atuação e Samuel L. Jackson, ambos certamente deveriam estar com algumas contas atrasadas para aceitar participar deste filme que chega a lembrar um pouco O Iluminado, de Stanley Kubrick, também baseado em livro de King e que se passa num hotel possuído. Em 1408 a ação se passa num quarto.


A Estranha perfeita é outro filme da lista dos piores do ano. Estrelado por Bruce Wills que divide as cenas com Halle Berry, que tem em seu currículo, entre outros, os três filmes da bem sucedida franquia X-Men, onde interpreta Tempestade, o Oscar de melhor atriz pelo ótimo A última ceia, porém de lá para cá a atriz ainda não acertou a mão. Dirigido por James Foley, cineasta que nos anos 1980 e 90 dirigiu bons filmes e que agora está com a carreira decadente. Uma pena.

Nem mesmo Jim Carrey poderia salvar este A volta do Todo Poderoso, continuação de O Todo Poderoso estrelado por Carrey também dirigido por Tom Shadyac que escalou Steve Carell para a continuação. Carell interpreta o mesmo personagem do primeiro filme. Desta vez Evan (Carell) acaba de se tornar deputado e no primeiro dia de trabalho Deus aparece e pede que Evan construa uma nova arca, como a de Noé. Deus continua sendo interpretado por Morgan Freeman, sem dúvida o melhor do filme. A volta do Todo Poderoso se insere na categoria de filmes que não precisavam ser feitos.

Certamente Mark Wahlberg, apesar de não ser um ator tão bom, não tinha porque entrar nesta barca furada chamada O Atirador cuja trama recheada de clichês do gênero - Depois de causar a morte de um inocente, Bob Lee Swagger (Mark Wahlberg), um exímio atirador, isola-se nas florestas do Arkansas. Algum tempo depois, ele é persuadido por seus ex-parceiros a ajudá-los a impedir o assassinato do presidente. Mas ele acaba sendo enganado e acusado de ter planejado o crime. Agora, Bob terá de encontrar o verdadeiro assassino e desmascarar a farsa. Certamente você já viu este filme – Procurado; Sentinela; Tempo esgotado e também na série 24 Horas entre outros – A direção ficou a cargo de Antoine Fuqua, o mesmo de Dia de Treinamento e Lágrimas do Sol. Ainda no elenco de Atirador, Danny Glover, bem distante do sucesso de Máquina Mortífera.

Tudo nesse filme é ruim – a história, os atores e a direção. Tão ruim é o filme que nem vale à pena fazer comentários. Basta dizer que Luzes do além é uma espécie de continuação caça níqueis do igualmente rum Vozes do além, com Michael Keaton. Lembram dele? Pois é, ele já foi o Homem Morcego nas superproduções dirigidas por Tim BurtonBatman e ainda a continuação, Batman, o retorno. Outra grande bomba do ano foi este As tartarugas ninjas, o retorno. Inacreditável que esta porcaria tenha conseguido arrebanhar público suficiente para pagar a produção. Desperdício de tempo e dinheiro, mas certamente muitos incautos assistiram. Esta animação das conhecidas “tartarugas mutantes” vale apenas por ter sido o último trabalho do ator Mako (Conan, o bárbaro) que dublou a voz do mentor dos heróis – Mestre Splinter.

Milla Jovovich continua sua cruzada interminável no Resident Evil 3, contra os zumbis assassinos criados pelo vírus mortal T-Vírus e tentando derrubar a liderança da Corporação Umbrella. Sob a batuta de Russell Mulcahy, de Highlander, o guerreiro imortal, cuja carreira decaiu muito nos últimos anos. Recomendado apenas para fãs fanáticos do gênero podreira.
2007 não foi um ano bom para os cinéfilos de Porto Velho. Basta lembrar que o Cine Brasil fechou em outubro por causa da pirataria. O citado cinema bem ou mal tinha seus atrativos como o preço acessível e sempre contava com três filmes em cartaz. O Cine Veneza continua fechado para reformas. Sobrou apenas o Cine Rio que, serve apenas para reunir jovens barulhentos que pouco se importam com o público que foi ali para assistir o filme. Mas o assunto aqui são os melhores e piores filmes exibidos no ano passado em nossas escassas salas de cinema

Finalmente Martin Scorsese ganhou seu Oscar de Melhor diretor com Os Infiltrados, mas o prêmio deveria ter sido ganho há muito tempo quando dirigiu Os Bons Companheiros, porém acabou vencendo por um filme menor em sua filmografia e ainda por cima uma refilmagem. Coisas da Academia. Adiante.

Scorsese ganhou pelo violento Os Infiltrados, estrelado por Leonardo de Caprio que, aliás, protagonizou outro filme que concorreu ao Oscar – Diamante de sangue – dirigido por Edward Zwick, o mesmo de O último samurai. Di Caprio teve indicações para os dois filmes – melhor ator pelo primeiro e ator coadjuvante pelo segundo. Não ganhou.

O vencedor como ator foi Forrest Whitaker pela sua atuação no filme O último rei da Escócia, filme não exibido em Porto Velho. No entanto o público local teve a chance de assistir a atuação da ganhadora do Oscar de melhor atriz – Hellen Mirren – em A Rainha, de Stephen Frears.
O excelente Labirinto do Fauno, que também só pôde ser visto em DVD, traz a assinatura do diretor Guilhermo Del Toro (Blade II e Hellboy) que conquistou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Para encerrar esta parte não poderia de citar dois ótimos filmes que também não chegaram as nossas telas: A conquista da honra e Cartas de Iwo Jima, ambos dirigidos pelo veterano Clint Eastwood e produzidos por ninguém menos que Steven Spielberg. Que dupla! Os dois filmes estão disponíveis em DVD, assim como os citados acima.