terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Chega ao fim jornada de Jason Bourne

Depois de amargar uma espera de duas semanas consegui locar o DVD do filme O Ultimato Bourne, longa metragem que encerra a trilogia Bourne inspirada no personagem criado pelo escritor Robert Ludlum. O longa metragem consagra definitivamente o diretor Paul Greengrass, o ator Matt Damon, protagonista dos três filmes, e a franquia que neste terceiro episódio revela as origens de Jason Bourne, sua verdadeira identidade e as conseqüências dessas descobertas para organização que o criou.

O competente Paul Greengrass, o mesmo dos ótimos, Domingo sangrento, Vôo United 93 e Supremacia Bourne, filme anterior da franquia, mais uma vez utiliza movimentos e anglos de câmera inusitados, câmera na mão e absolutamente nada de efeitos digitais nas cenas espetaculares de perseguição pelas ruas do Marrocos, Nova York, Paris e Londres, inclusive filmando nas estações de trens misturando os atores em meio à multidão imprimindo mais realismo às cenas.

O filme ganha muito graças à forma peculiar de filmar do cineasta inglês, um roteiro ágil e o desempenho cada vez melhor de Matt Demon. Por exemplo, as lutas continuam muito bem coreografadas. A câmera mostra nas seqüências de ação, closes de Demon para que o público saiba que é ele mesmo fazendo a cena e não um dublê. Claro que nas cenas mais perigosas como perseguições automobilísticas, batidas e capotagens, o diretor convoca os dublês.

O primeiro filme da trilogia, Identidade Bourne (2002), teve na direção Doug Liman (Sr e Sra Smith) que apesar do sucesso da produção perdeu o posto para o inglês Paul Greengrass, consagrado com uma indicação ao Oscar de direção ano passado pelo citado Vôo United 93, escalado para dirigir A Supremacia Bourne (2004) que também fez sucesso, garantindo um terceiro filme, este Ultimato Bourne com Greengrass assumindo mais uma vez a cadeira de diretor.

Ultimato Bourne encerra a trilogia, porém isso não significa que Jason Bourne não voltará um dia para enfrentar novos ou velhos inimigos. Os fãs aguardam ansiosos.

Os três filmes estão disponíveis em DVD. A título de curiosidade existe também disponível um telefilme produzido em 1988 intitulado Identidade Bourne primeira adaptação do livro de Robert Ludlum e protagonizado por ninguém menos que Richard Chamberlain, o padre Ralph da série Pássaros Feridos.
Humberto Oliveira
A volta do Cine Veneza

Há alguns meses o glorioso Cine Veneza fechou abruptamente suas portas nos pegando de surpresa e deixando milhares de cinéfilos abandonados. E da mesma forma que fechou, diga-se passagem para reformas e ampliação, sem aviso prévio, o Cine Veneza reabre para o público nesta sexta-feira (25).

O filme escolhido para a grande reabertura é o arrasa-quarteirão protagonizado pelo astro Will Smith – Eu sou a lenda – que estava em cartaz no Cine Rio. Acho uma pena que depois de tantos meses fechados a sala de exibição reabre com oferecendo ao público um filme que havia estreado semana passada. Uma pergunta fica no ar: por que não trazer um filme como A Lenda do tesouro perdido – O livro dos segredos com Nicholas Cage ou O Gângster, novo trabalho do diretor Ridley Scott?

O mais importante é que a partir de agora podemos seguir nossas vidas de novo, pois Cine Veneza está de volta como se em momento algum tivesse fechado. Pois é isso mesmo que parece. Ficamos pensando ou imaginando que faz apenas uma semana que outro filme acabou de sair de cartaz para dar lugar a Eu sou a lenda.

O que queremos dizer é que ficamos felizes com este retorno. Esperamos que tal fenômeno nunca mais ocorra para não nos sentirmos abandonados, órfãos ou até desprestigiados. Resta então apenas dizer – Seja bem vindo de volta Cine Veneza e que em 2008 possamos ter a oportunidade de assistir aos filmes do Oscar, vencedores ou não, a volta do velho e bom Indiana Jones em sua quarta aventura, o retorno do Cavaleiro das Trevas que desta vez enfrenta um novo Coringa e até mesmo que tenhamos a sorte de vibrar com o Homem de Ferro, O Incrível Hulk e muitos outros filmes que aguardamos ansiosos assim como aguardamos a reabertura deste cinema.

Boa diversão

Humberto Oliveira
Eu sou a lenda ou Eu sou o tédio

A primeira super produção a chegar a Porto Velho em 2008, Eu sou a lenda (I Am Legend, 2007) em cartaz desde a última sexta-feira (18) não me decepcionou. Não afirmo isso no bom sentido, muito pelo contrário. O longa metragem estrelado, literalmente, de ponta a ponta por Will Smith, impressionantemente contido, nada acrescenta as outras duas versões produzidas em 1964 e 1971, a não ser as impressionantes seqüências mostrando a devastação de Manhattan.

Na primeira cena do filme uma pequena participação da atriz Emma Thompson interpretando a médica Alice Krippin que está na televisão anunciando a descoberta de uma vacina capaz até de curar câncer. Três anos se passaram e vemos que algo deu errado. Ruas vazias tomadas pelo mato, prédios e carros abandonados. No meio da desolação apenas o tenente coronel e médico Robert Neville (Smith) único sobrevivente ao ataque mortal de um vírus chamado “Krippin” que dizimou a população. Nesta versão nova versão que custou mais de 150 milhões de dólares, ao contrário das anteriores, o Neville vivido por Will Smith não caça as pessoas infectadas que se transformaram em perigosas criaturas sedentas de sangue, e tenta a todo custo encontrar uma cura.

Neville passa seus dias enviando mensagens de rádio para outros improváveis sobreviventes e imunes ao vírus como ele ou então vagando pelas ruas desertas tendo apenas a companhia de uma cadela chamada Sam. Juntos vivem escondidos numa mansão onde o protagonista residia com a mulher e a filha que, são mostradas apenas em rápidos flashbacks.

Dirigido pelo cineasta Francis Lawrence, o mesmo do irregular Constantine, este Eu sou a lenda peca por manter a personagem central muito tempo sozinha na tela. Faz lembrar a personagem de Tom Hanks em Náufrago que também passa quase todo o filme sozinho e tendo apenas a companhia de uma bola que ele passa a chamar de Wilson. E a presença insossa da atriz Alice Braga nada acrescenta a trama que na meia hora final recebe uma dose de adrenalina quando os infectados descobrem onde Neville está escondido e atacam furiosamente.

Outro ponto decepcionante do filme são os humanos transformados em monstros criados digitalmente e nada realistas. Talvez por isso o diretor adie o quanto pode mostrar os monstros para o público que, pode até incorrer no erro de que a demora é para aumentar o suspense. O primeiro confronto se dá quando Sam entra num prédio às escuras e Neville vai procurá-lo, no entanto se depara com as criaturas prontas para atacar. Verdade seja dita Will Smith carrega o filme nas costas.

A interpretação de Will Smith salva Eu sou a lenda e faz valer o ingresso. Pouco a pouco percebemos que ele perde a sanidade. A obsessão em encontrar a cura, os diálogos que mantém com os manequins que, foram colocados nas calçadas e lojas por ele, as idas e vindas a uma locadora de vídeo onde Neville freqüenta e cujos DVDs, seu preferido é Shrek, assiste em ordem alfabética. O grande mérito de Smith é a força como mostra a angustia, solidão e isolamento da personagem.

Não vou aqui revelar o desfecho do filme, no entanto para quem conhece as outras versões (Mortos que matam e A última esperança da terra) Eu sou lenda apesar de bem produzido não apresenta nenhuma surpresa. Inclusive à saída do cinema ouvi comentários do tipo – “Esperava mais do filme” ou “Ainda bem que é curto”. Por estas e outras que Eu sou a lenda deveria se chamar “Eu sou o tédio”.

Humberto Oliveira
Eu sou a lenda estréia em Porto Velho

Estréia nesta sexta-feira (18) no Cine Rio (19h00 e 21h00) a superprodução estrelada pelo astro Will Smith. Trata-se de Eu sou a lenda (I Am Legend, 2007) dirigida por Francis Lawrence (Constantine) com roteiro escrito a quatro mãos por Akiva Goldsman (Uma mente brilhante) e Mark Protosevich roteirista da versão para cinema do personagem dos quadrinhos Thor, filme com estréia prevista apenas para 2009.

No elenco de Eu sou a lenda, além de Will Smith, acostumado a salvar a humanidade da destruição e estrela absoluta do filme, a presença da brasileira Alice Braga (Cidade de Deus, Cidade baixa) fazendo sua estréia numa produção hollywoodiana e seguindo os passos da tia famosa. Ninguém menos que Sônia Braga.

Tendo como cenário uma Nova York devastada, a trama gira em torno do cientista Robert Neville (Smith) que tenta conter um vírus mortífero que acaba por transformar suas vítimas em criaturas mutantes e assassinas. Neville, de alguma forma imune ao vírus, por três anos envia mensagens de rádio diariamente na esperança de encontrar outros sobreviventes como ele. Mas os infectados estão à espreita e prontos para matá-lo, pois para estas criaturas Neville é o verdadeiro monstro.

O filme é a segunda refilmagem de Mortos que matam (The Last Man on Earth, 1964) baseado no livro de Richard Matheson e estrelada por Vicent Price. A mesma história ganharia uma nova versão em 1971 - A Última Esperança da Terra (The Omega Man) desta vez estrelada por Charlton Heston como Dr. Robert Neville. Eu sou a lenda é apenas mais um sintoma do revisionismo de Hollywood que, atualmente passa por uma crise causada pela greve de roteirista que dura desde o final do ano passado.

O escritor Richard Matheson também teve adaptadas para o cinema outras histórias de sua autoria como Encurralado, filme que marcou a estréia de Steven Spielberg na direção de longas metragens. Outras produções de destaque são Em algum lugar do passado (1980) estrelado por Christopher Reeve e Jane Seymour, Amor além da vida (1998) com Robin Williams e Annabella Sciorra entre outros títulos, incluindo episódios da cultuada série Além da Imaginação.

Boa diversão.

Humberto Oliveira