sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008


Noel Rosa, multimídia setentão

Ninguém em tão pouco tempo de vida, produziu tanto e com tal talento. Poeta irretocável, melodista inspirado, cronista de costumes, sua obra é exemplo e inspiração para quem pretenda fazer música popular no Brasil.

Em comemoração aos seus 100 anos, a gravadora EMI, lançou em cd a coleção 10 polegadas, incluindo o disco onde estão as gravações do LP Polêmica gravado em 1956 com as interpretações de Roberto Paiva e Francisco Egídio. No LP estão Lenço no pescoço, Mocinho da Vila, Frankenstein da Vila, Conversa fiada e Terra de cego, de Wilson Batista, e Rapaz folgado, Palpite infeliz, Feitiço da Vila, e João Ninguém, de Noel, mas a última composição de Noel Rosa que encerrou a polêmica com o samba, Deixa de ser convencido.

Noel, o Poeta da Vila, é o título da cinebiografia do sambista Noel Rosa (1910 -1937) dirigida pelo cineasta Ricardo Van Steen, que levou cerca de dez anos para terminar o projeto do filme, mas a espera valeu a pena, o longa-metragem foi premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes, Minas Gerais, que aconteceu em fevereiro deste ano.

O filme mostra o encontro de Noel, interpretado pelo ator Rafael Raposo, com o sambista Ismael Silva, que leva Noel para o morro onde é apresentado a turma do samba. Outras passagens importantes do filme, a polêmica musical entre Noel e Wilson Batista, e ainda o triângulo amoroso que Noel viveu com sua mulher, Lindaura, vivida pela atriz Lidiane Borges e sua grande paixão, a dançarina Ceci, interpretada por Camila Pitanga, para Ceci, Noel compôs o antológico Último desejo, e além dessa música, outras vinte e nove de Noel estão no filme, que teve orçamento de R$ 4,5 milhões. O diretor pretende lançar o filme em circuito nacional em maio, quando se comemora os 70 anos de morte do compositor.

Em 1991 foi lançado o songbook Noel, idealizado e produzido por Almir Chediak. O cd traz vinte e duas faixas como Três apitos, por Tom Jobim; Tarzan, o filho do alfaiate, com Djavan; Último desejo, interpretada por Gal Costa; Pela décima vez, na voz de Nelson Gonçalves. Chediak reuniu um time de primeira, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jards Macalé, Chico Buarque, Ney Matogrosso, João Nogueira, Os Cariocas entre outros.

A coleção Noel pela primeira vez (2000), projeto idealizado por Omar Abu Chahla Jubran e lançado pela Funarte. São 229 gravações em versões originais reunidas em sete cds duplos, encarte com 160 páginas, fotos, registros discográficos em ordem cronológica.

No tempo de Noel Rosa, de Henrique Foréis Domingues, mais conhecido por Almirante, a maior patente do rádio. Editora Francisco Alves lançou a primeira edição do livro em 1963.

Em 1990, para comemorar os oitenta anos de nascimento de Noel Rosa, o historiador João Máximo e o músico, Carlos Didier, lançam a biografia definitiva de Noel Rosa, uma biografia, que 17 anos depois serviria de base para o filme Noel, Poeta da Vila.

Esta biografia levou sete anos para ser escrita, opta por contar a história de Noel Rosa, sua época, sua gente e sua obra, numa narrativa linear, cronológica e jornalista num total de 46 capítulos, abrangendo desde o período de 1834, contando as origens da família do compositor indo até 1937, ano da morte de Noel Rosa.

Em 2003 a editora Nova Alexandria lança a coleção Jovens sem fronteiras. Um dos títulos desta coleção ficou a cargo de Guca Domenico que escreveu O Jovem Noel Rosa, enfocando a fase dos quinze aos vinte anos da vida do Poeta da Vila, um relato fascinante sobre as privações da infância, dos conflitos da vida escolar, dos percalços da adolescência das tragédias familiares, da amizade com Cartola, Braguinha e Almirante e da vontade de seguir a carreira musical.

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