Realizado em 2006, esta ótima co-produção alemã, francesa e espanhola, Perfume, a história de um assassino, dirigido por Tom Tykwer, baseado no livro homônimo de Patrick Suskind, acaba de ser lançado em dvd pela Paris Filmes. No elenco, destaque para Ben Whishaw que interpreta Jean Baptiste Grenouille, e ainda Dustin Hoffman (O Júri), como o perfumista, Giuseppe Baldini, e Alan Rickman (Duro de Matar).
O roteiro, escrito a seis mãos por Tykwer, Bernard Eichinger, também produtor do filme, e Andrew Birkin, é bastante fiel ao best-seller de Suskind. A trama se passa na França, século XVIII, onde Jean Baptiste Grenouille, logo ao nascer condena sua mãe a forca com o primeiro grito que dá. Em seguida o menino é levado para um orfanato, onde é quase sufocado em sua primeira noite entre os órfãos maiores.
Aos cinco anos, Jean Baptiste ainda não aprendeu a falar,mas sabe que um menino diferente dos outros. Com treze anos é vendido para o dono de um curtume. Mas a dona do orfanato não tem chance de gastar o dinheiro, pois acaba sendo degolada e roubada. A estimativa de vida no curtume é de cinco anos, mas Jean Baptista sobrevive. Um dia, ao ir para a cidade fazer uma entrega, passar a sentir odores diferentes dos habituais e conhece o perfumista Giuseppe Baldini, que decadente, há anos busca criar um novo perfume que traga de volta seus dias de glória. É então que seu destino se cruza com Grenouille, que graças ao seu talento, e em troca de ensinamentos, desenvolve fórmulas para o perfumista.
Baldini lhe ensina a antiga arte de extrair perfumes de óleos e ervas preciosas. Até que um dia ele sente um cheiro que o levará a um aterrorizante busca pelo perfume mais poderoso do mundo – feito da essência de jovens virgens que passa a assassinar, aterrorizando Paris. Ele, que é um gênio, se torna um monstro, um assassino que vive para detectar qualquer cheiro no planeta, mas ele próprio não exala nenhum odor. A busca de Jean Baptiste pelo perfume perfeito, e tão poderoso que poderia dominar todas as pessoas do mundo, o leva numa jornada de loucura, obsessão e morte.
Com um ótimo elenco de apoio e contando apenas com dois nomes conhecidos do grande público, Hoffman e Rickman, o diretor Tom Tykwer realizou um dos melhores filmes do ano passado, mas que passou quase despercebido nos cinemas (nunca foi exibido em Porto Velho) talvez graças à ambientação que retrata, de forma realista, uma Paris repleta de pessoas que se amontoam pelas ruas, das péssimas condições de higiene em que a população vivia, em pleno século XVIII.
O filme, inegavelmente tem qualidades - a caprichada reconstituição de época, ótimas interpretações, roteiro bem escrito, direção segura, que apesar da reverência ao livro, não apenas para exageros nas cenas de assassinato, quando tudo é mais sugerido que mostrado, assim como o erotismo que domina a história do começo ao fim, culminando na orgia no epílogo do filme.
Humberto Oliveira
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